Fimec 29 de JUNHO DE 2017
Nesta quarta-feira (28), foram realizadas, no auditório da Fenac, em Novo Hamburgo, rodadas de negócios entre calçadistas e curtidores sul-americanos e fornecedores brasileiros de tecnologia para estes setores, em atividade do Centro de Promoção de Negócios Internacionais (CPNI), que se desenvolve ao longo desta semana. A ação, que tem a participação de seis empresários calçadistas da Argentina e três do setor coureiro (um do Paraguai, um da Bolívia e um da Argentina), integra o projeto Brazilian Machinery, em uma parceria da Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas para Couro e Calçados (Abrameq) com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal).
Nicanor Otamendi, da empresa Vaguitas, localizada em Córdoba (Argentina) e fabricante de calçados femininos para atender ao mercado interno, observa que sua empresa é tradicional em seu país, produzindo desde os anos 70. Ressalta que a indústria calçadista está saindo de um momento difícil, em que se deslumbra o ressurgimento do consumo em seu país, combinado com uma redução de entrada de sapatos chineses. “Neste momento, vemos o Brasil como um importante fornecedor de insumos e principalmente de tecnologia, setor que tem evoluído muito, com destaque para a área de controles, reduzindo consumo de insumos e aumentando a produtividade”, afirma. Adiciona ainda que as indústrias calçadistas também encontram no Brasil máquinas adequadas a uma produção menor, “o que tem sido uma escolha de empresas argentinas”.
O potencial da indústria calçadista da Argentina para a compra de tecnologia brasileira é identificado por Luis Augusto de Castro Amaro, da Máquinas Kehl. “Este país tem tradição na fabricação de calçados e, em razão das dificuldades de sua economia, foi obrigado a reduzir investimentos em novas tecnologias”, enfatiza Amaro. Acrescenta que “o quadro econômico da Argentina apresenta sinais de melhora e isto deverá fazer com que a indústria calçadista deste país busque atualização tecnológica e nós somos parceiros importantes neste processo, principalmente porque estamos próximos, o que facilita o assessoramento pós-venda”.
Couro – Hugo Ayala Villalba é dirigente da indústria do couro Lecom, uma das mais importantes do Paraguai. Localizada perto de Assunção, sua empresa é uma das poucas que faz acabamento do couro em seu país. Porém, ele acredita que este é um segmento que deverá crescer bastante. “Em um primeiro momento, a partir do aumento considerável de abates bovinos, houve o desenvolvimento de empresas curtidoras nos primeiros estágios de produção, mas a tendência é que também ocorram investimentos significativos nas fases seguintes”, afirma Villalba.
Neste sentido, ele antecipa a procura de tecnologia brasileira para as empresas paraguaias. “Temos tradição de negócios com o Brasil”, destaca. A procura maior, segundo o empresário paraguaio, é sistemas de controles que reduzam o desperdício de insumos.
A 7Way, consórcio das empresas brasileiras Luvison, Master, Axi e Kunden, participa do CPNI, com oferta de tecnologias para o setor coureiro. Julio Waikamp, um dos representantes do consórcio, sublinha que o setor coureiro da América Latina está em um momento de forte transformação, que deverá resultar em bons investimentos em tecnologia, especialmente na busca de redução de custos, que é uma área em que os fornecedores brasileiros estão bastante focados. Neste sentido, destaca as áreas de automação e tratamento de efluentes. Acrescenta que há um olhar para a indústria 4.0, cujo desenvolvimento será cada vez mais decisivo para o sucesso das empresas deste setor.
A Abrameq é uma das apoiadoras da Fimec e a cada edição do evento, movimenta a feira com visitantes e expositores da área de máquinas.
Conteúdo: Divulgação/Abrameq
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